12 de maio de 2024

Faturamento do setor mineral sobe 33%

A produção mineral brasileira cresceu 3% em toneladas no 3T22 na comparação com igual período de 2021 (3T21): passou de 355 milhões para 365 milhões de toneladas.


Por Dino Publicado 21/10/2022
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Faturamento do setor mineral sobe 33%
A produção mineral brasileira cresceu 3% em toneladas no 3T22 na comparação com igual período de 2021 (3T21): passou de 355 milhões para 365 milhões de toneladas.

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) divulgou nesta quinta-feira (20) dados inéditos sobre o desempenho da indústria da mineração no 3º trimestre de 2022. Os resultados são, no geral, superiores aos do 2º trimestre , mas abaixo dos registrados no 3º trimestre de 2021.

Na comparação entre o 3T22 e o 2T22 o faturamento apresenta elevação de 33%, de R$ 57 bilhões para R$ 75,8 bilhões. Mas, na comparação entre o 3T22 e o 3T21, o IBRAM informa que houve declínio no faturamento: de R$ 108,7 bilhões para R$ 75,8 bilhões (-30%).

SETOR MINERAL BRASILEIRO

A produção mineral brasileira cresceu 3% em toneladas no 3T22 na comparação com igual período de 2021 (3T21): passou de 355 milhões para 365 milhões de toneladas.

De acordo com o diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, o desempenho do setor no 3T22 representa uma evolução em relação ao 2º trimestre. Porém, sinaliza que o fechamento do ano será aquém dos resultados de 2021.

“É um setor historicamente cíclico, sazonal, que sofre influências de diversas fontes. Ainda assim, mantém posição fundamental para a prosperidade econômica do Brasil. Proporcionando oportunidades de emprego e arrecadação de tributos e encargos de forma expressiva” – R$ 26,1 bilhões de arrecadação de tributos e encargos no 3T22.

REDUÇÃO NA PRODUÇÃO E DEMANDA DE AÇO DA CHINA

A redução da produção e da demanda de aço na China é um dos fatores que influencia o preço do minério de ferro. E, consequentemente, o desempenho da mineração brasileira em termos de produção e exportação.

As consequências do conflito na Ucrânia também estão prejudicando os mercados, acrescenta o IBRAM, com reduções na oferta de minério e crise de energia reduzindo a produção de aço na Europa.

Em termos de faturamento, o minério de ferro apresentou queda de 43%, sendo R$ 48,2 bilhões no 3T22 e R$ 85,1 bilhões no 3T21. Na comparação com o 2T22 o faturamento cresceu 35%. Importante observar que o preço médio desse minério apresentou queda de 37,3% no 3T22 na comparação com o 3T21.

O faturamento relacionado ao ouro no 3T22 caiu 4%. Foi de R$ 6,4 bilhões no 3T21 e de R$ 6,2 bilhões no 3T22 (na comparação com o 2T22 o faturamento cresceu 20%). O cobre teve queda de 13% no faturamento.

Ele baixou de R$ 4,6 bilhões no 3T21 para R$ 4 bilhões no 3T22 (na comparação com o 2T22 o faturamento cresceu 39%). Comparativamente ao 3T21, calcário dolomítico (35%), bauxita (51%) e granito (46%) apresentaram altas expressivas em faturamento no 3T22: R$ 3,2 bilhões; R$ 1,8 bilhão; R$ 1,5 bilhão, respectivamente.

ESTADOS MINERADORES

Os principais estados mineradores, Minas Gerais e Pará, observaram queda no faturamento. Ela pode ser justificada pelas reduções de preços das commodities metálicas, principalmente. MG registrou faturamento de R$ 47,8 bilhões no 3T21 e de R$ 29,7 bilhões no 3T22.

Uma redução de 38%; o PA registrou R$ 47,2 bilhões no 3T21 e R$ 29,7 bilhões no 3T22, queda de 37%. Na comparação entre o 3T22 e o 2T22, MG apresentou crescimento de 19% no faturamento e PA de 60%. O Pará teve aumento de 20% nas suas exportações em relação ao 2T22, enquanto MG teve queda de 12%.

O saldo mineral, que é a diferença entre exportações e importações de minérios, teve queda no 3T22 em relação ao 3T21: 56,40% menor, em dólar. As exportações declinaram 36,8% e as importações cresceram 86,7%.

Em relação ao 3T21, o Brasil faturou menos nas exportações minerais – pela queda nos preços das commodities minerais -, porém, exportou 1,3% a mais em toneladas de minérios no 3T22: 105 milhões. Assim, as exportações de minérios totalizaram US$ 11,6 bilhões no 3T22, 36,8% abaixo do total no 3T21 (US$ 18,4 bilhões e 103,7 milhões de toneladas). As exportações ficaram estáveis, em dólar, em relação ao 2T22 (+0,4%).

EXPORTAÇÕES

As exportações de minério de ferro no 3T22 aumentaram 1,5% em toneladas, de 100 milhões para 101,5 milhões de toneladas, porém, declinaram em dólar: de US$ 14,9 bilhões no 3T21 para US$ 8,2 bilhões no 3T22, uma queda de 44,7%. Na comparação entre o 3T22 e o 2º trimestre (2T22), o país exportou mais 23,3% em toneladas de minério de ferro, com declínio de 3,2% em dólar.

IMPORTAÇÕES

Em relação às importações, o país gastou US$ 4,8 bilhões para comprar cerca de 9,7 milhões de toneladas no 3T22. No 3T21 havia gasto US$ 2,6 bilhões para comprar 12,1 milhões de toneladas. Assim, no 3T22 a importação em toneladas foi 20,5% menor, mas o crescimento do gasto em dólar foi de 86,7%.

Na comparação com o 2T22, o país reduziu as importações: em cerca de 23% em dólar e em toneladas. No 3T22 o Brasil observou crescimentos expressivos, em dólar, na importação de carvão mineral (65,1%), potássio (133%), enxofre (112,1%) e rocha fosfática (80,7%).

TRIBUTOS

A indústria da mineração recolheu R$ 26,1 bilhões em tributos e encargos no 3T22. Na comparação com o 2T22 houve aumento de 33%. Passando de R$ 19,7 bilhões no 2T22 para R$ 26,1 bilhões no 3T22. Este total inclui o que foi recolhido em termos de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Por fim, a comparação com o 3T21 (R$ 37,5 bilhões) houve queda de 30,3% no recolhimento de tributos.