10 de maio de 2024

Como funciona o transporte hidroviário para a exportação de pescado?

A produção de peixes de cultivo cresceu 4,7% no Brasil em 2021; Reinaldo Pinto dos Santos, presidente da TWB Bahia Transportes Marítimos explica como funciona a exportação e traça perspectivas do mercado


Por Dino Publicado 26/08/2022
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Em 2021, o Brasil produziu 841.005 toneladas de peixes de cultivo, entre tilápia, peixes nativos e outras espécies. O dado faz parte de um balanço da PeixeBR (Associação Brasileira da Piscicultura), divulgado em fevereiro. A soma representa um avanço de 4,7% em relação ao resultado do ano precedente, quando foram a produção foi de 802.930 toneladas.

Segundo dados da PeixeBR e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o mercado de pescado movimenta cerca de R$ 8 bilhões a cada ano. E conta com a participação de mais de 1 milhão de produtores.

Reinaldo Pinto dos Santos, cofundador e presidente da TWB Bahia Transportes Marítimos destaca que o Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia. A espécie representa 60% da produção do país. Já os peixes nativos, liderados pelo tambaqui, participam com 35% e outras espécies com 5%

Operação requer estudos de logística

Santos conta que é comum que surjam dúvidas com relação à exportação de pescado pelo transporte hidroviário e sobre as principais rotas e países importadores.

“Para quem é leigo no assunto, pode parecer que a exportação marítima é um serviço que será escolhido por um exportador de acordo com a proximidade do porto ou maior afinidade por esse modal de transporte. Contudo, isso não procede, pois não é ‘você’ quem escolhe a exportação marítima, mas o modal marítimo que escolherá sua carga a ser por ele transportada”, explica Reinaldo.

De acordo com o empresário, isso decorre do fato de que a operação requer estudos de logística para determinar a viabilidade de custo e operacional de todo o processo.

“Ou seja, consideramos fatores como a origem da carga na produção, o transporte interno até próximo ao local de embarque, armazenagem, estufagem – no caso de contêineres -, movimentação no porto, o transporte internacional e, se for o caso, o inland (transporte realizado internamente) no país de destino até a entrega ao cliente final”, diz ele.

Exportação de pescados

Santos explica que a exportação de pescados demanda embarcações específicas, que podem variar conforme a quantidade de peixe exportada. De acordo com a TWB, na maior parte das vezes: navios graneleiros, petroleiros, gaseiros, frigoríficos, porta-contêineres, porta-veículos e navios para cargas vivas.

Quando questionado a respeito das perspectivas para o futuro da exportação de pescados no Brasil, o cofundador e presidente da TWB Bahia Transportes Marítimos chama a atenção para o fato que as exportações de pescados brasileiros seguem, portanto, em uma crescente.

“Segundo o boletim periódico elaborado pela Embrapa e a Peixe BR, em 2021, o Brasil exportou 78% a mais que em 2020. Portanto, as perspectivas de investimento são positivas para esse mercado, que apresentou crescimento na ordem de 49%”, conclui.