02 de maio de 2024

Nossa Senhora Aparecida

Maria é uma presença materna na vida da Igreja e de toda a humanidade. Em 12 de outubro nós a homenageamos com amor e gratidão.


Por Redacao 019 Agora Publicado 12/10/2022
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Nossa Senhora Aparecida
Gustavo Cabral/A12

Ao celebrarmos a grande festa de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil e do povo brasileiro, somos todos convidados a renovar a nossa devoção filial e confiante a Nossa Senhora. Maria é, portanto, uma presença materna na vida da Igreja e de toda a humanidade. Por isso, nós a homenageamos com amor e gratidão.

História

Primeiramente, na manhã de 12 de outubro de 1717, três pescadores lançaram seus barcos no Rio Paraíba, que escorria até à sua cidade.

Eles tinham sido encarregados de trazer peixes para o banquete, que se realizaria no dia seguinte, na cidade de Guaratinguetá, por ocasião da visita do conde Assumar, Dom Pedro de Almeida Portugal, governante da capitania de São Paulo e Minas Gerais, durante uma viagem a Vila Rica.

Os três pescadores, Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso, pareciam não ter sorte naquela manhã: após várias tentativas infrutíferas, tinham quase desistido, quando João Alves tentou novamente.

Em seguida, ele jogou sua rede nas águas do rio e, lentamente, a puxou para cima. Havia pescado alguma coisa, mas não era peixe… parecia uma espécie de madeira.

Quando tirou da rede, o pedaço de madeira parecia fazer parte de uma estátua da Virgem Maria, entretanto, sem cabeça.

A pesca milagrosa

Ao lançar novamente a rede, esta vez João Alves encontrou nas malhas outro pedaço de madeira, de forma arredondada, que parecia precisamente a cabeça da mesma estátua: tentou ajuntar os dois pedaços e percebeu que se encaixavam perfeitamente.

Como que atraído por um impulso, João Alves lançou, outra vez, a rede nas águas, mas ela tinha ficado tão pesada, que não conseguia tirá-la, por estar lotada de peixes. Então, seus companheiros lançaram também suas redes nas águas e a pesca daquele dia foi realmente abundante.

A veneração popular

No dia seguinte, os três pescadores juntaram os dois pedaços da estátua, limparam-nos dos detritos do rio e Filipe Pedroso a colocou na sua humilde casa.

Assim, em pouco tempo, a notícia da pesca milagrosa se difundiu pelas cidades vizinhas e, todas as noites, um grupo cada vez maior de simples pescadores começou a ir prestar homenagem à Virgem Maria e rezar o terço. Desse modo, eles deram-lhe o nome de “Aparecida”, que apareceu.

Com o passar do tempo, a multidão tornou-se tão numerosa que a casa do pescador não a podia conter mais. Por isso, foi construída um primeiro oratório e, depois, em 1737, uma Capela maior. Desde então, foram muitos os testemunhos de graças e milagres alcançados naquele pequeno santuário.

A nova igreja

Em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior – a atual Basílica Velha, – concluída em 1888 e a estátua foi transferida. A imagem foi coroada a pedido do Papa Pio X em 1904. Já em 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor, sagrada em 1909. Posteriormente, em 1930, o Papa Pio XI a elevou a Basílica, declarando Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil.

O primeiro Papa no Santuário de Aparecida

Papa João Paulo II foi o primeiro Papa a visitar o Santuário de Aparecida, em julho de 1980. Durante a sua Peregrinação Apostólica, disse: “O que buscavam os antigos romeiros? O que buscam os peregrinos de hoje? Aquilo mesmo que buscavam no dia, mais ou menos remoto, do Batismo: a fé, e os meios de alimentá-la. Buscam os sacramentos da Igreja, sobretudo a reconciliação com Deus e o alimento eucarístico. E voltam revigorados e agradecidos à Senhora, Mãe de Deus e nossa”.

A Celebração

Ao olharmos para Nossa Senhora, lembramos que ela aponta para Jesus e Ele mostra-nos Maria. Ela pediu e nos ensinou: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Jesus, do Alto da Cruz, antes de dar o suspiro final nos deu mais um grande presente: “Eis aí tua mãe” (Jo 19, 27).

Nos Evangelhos, nas Celebrações e na história, sempre percebemos Jesus e Maria muito próximos. E, assim, esta proximidade nos impulsiona a adorarmos Jesus em espírito e verdade e a confiarmos na intercessão constante de Maria junto a Deus por todos nós.

Maria não tira Jesus do centro. Ela nos conduz ao Senhor e nos ensina como segui-Lo e como fazer a vontade do Pai. Ao a homenagearmos com vivas, cânticos, orações, palmas e flores, nós reconhecemos nela um modelo a ser imitado. Ela é modelo de solicitude, de disponibilidade e serviço.

A Santíssima Virgem disse sim a Deus, acolhendo plenamente a Missão que Ele confiou a Ela. Por isso, Ela se tornou serva de Deus e dos irmãos.

As celebrações e festas marianas dão um “toque especial” na vida da Igreja e na nossa caminhada de cada dia. Onde se cultiva a devoção a Nossa Senhora, sempre existe vida, dinamismo e criatividade.

Maria nos ensina, portanto, a sairmos na direção ao irmão que precisa da nossa ajuda. Ela nos ensina a caminharmos pelas “regiões montanhosas” da vida com passos firmes e seguros (cf. Lc 1, 39-56).

Nossa Senhora Aparecida, rogai a Deus pela nossa Pátria, pela nossa gente! Intercedei junto a Jesus para que o povo d’Ele consiga dizer não aos falsos profetas e aos ídolos da modernidade. Nossa Senhora, rogai a Deus por nós, que recorremos a vós.

Hoje e sempre, digamos: Viva Nossa Senhora Aparecida!

Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil

Não há visões nem palavras da Virgem de Aparecida. Mas, há uma mensagem bem clara, que brota da própria Imagem e do contexto histórico em que ela apareceu no rio Paraíba. 

  1. MARIA APARECIDA BROTA DAS ÁGUAS: a água é elemento de vida e de purificação. Desse modo, Ela nos lembra a importância do nosso batismo e da confissão, como purificação e perdão.

  2. MARIA APARECIDA NOS CONVIDA A SER IGREJA: foi pescada e colocada dentro de uma barca. A barca é o símbolo evangélico da Igreja de Jesus. Ela nos convida a viver dentro da Igreja, como participantes fiéis e ativos.

  3. MARIA APARECIDA É SOLIDÁRIA COM OS POBRES E AFLITOS: foi pescada por 3 pescadores pobres e trabalhadores. A pescaria milagrosa os liberta da ameaça dos poderosos. E as casas desses pescadores tornam-se o primeiro templo de nossa Senhora Aparecida.

  4. MARIA APARECIDA É SOLIDÁRIA COM OS NEGROS: a cor negra da imagem traduz a solidariedade de Maria com o povo negro, tão injustamente escravizado. Sua cor denuncia o pecado do preconceito racial e anuncia a esperança de libertação.

  5. MARIA APARECIDA NOS TRAZ JESUS: a imagem pequenina é uma escultura da Imaculada Conceição. Ela está grávida, porque a missão de Maria é nos oferecer Jesus, fruto bendito do seu ventre.

  6. MARIA APARECIDA NOS REÚNE: a cabeça vem separada do corpo. Como Maria é sinal e tipo da Igreja, tal separação representa, desse modo, simbolicamente o Povo de Deus como corpo e o próprio Cristo, como Cabeça de uma nova humanidade.

  7. MARIA APARECIDA NOS CONVIDA À ORAÇÃO: tem as mãos postas em oração, revelando, assim, seu papel de intercessora junto a Deus por nós e convidando-nos a nos unir a ela em oração.

  8. MARIA APARECIDA NOS ENSINA A SER HUMILDES: a imagem pequenina de 36 cm apenas quase que se esconde dentro da imensa Basílica. É preciso ser humilde para que o Senhor possa fazer grandes coisas em nossas vidas.

  9. MARIA APARECIDA É ESPERANÇA DE UNIDADE: partida em mais de 200 pedaços, seu corpo foi restaurado por mãos carinhosas e sua unidade foi refeita. Ela nos mostra, portanto, que sempre é possível reconstruir a unidade dentro e fora de nós, por meio do carinho, da reconciliação e da paciência.

  10. MARIA APARECIDA É O SORRISO DE DEUS PARA NÓS: os lábios da imagem estão entreabertos num doce sorriso. É um sorriso de bondade maternal, que alimenta nossa confiança na misericórdia de Deus para conosco.

Consagração a Nossa Senhora Aparecida

Ó Maria Santíssima, 
pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo,
em vossa querida imagem de Aparecida,
espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil.

Eu, embora indigno de pertencer 
ao número de vossos filhos e filhas,
mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia,
prostrado a vossos pés, consagro-vos o meu entendimento,
para que sempre pense no amor que mereceis.

Consagro-vos a minha língua,
para que sempre vos louve e propague a vossa devoção;
consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus,
vos ame sobre todas as coisas.

Recebei-me, ó Rainha incomparável,
vós que o Cristo crucificado deu-nos por Mãe,
no ditoso número de vossos filhos e filhas;
acolhei-me debaixo de vossa proteção;
socorrei-me em todas as minhas necessidades,
espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte.

Abençoai-me, ó celestial cooperadora,
e com vossa poderosa intercessão,
fortalecei-me em minha fraqueza,
a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida,
possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu,
por toda eternidade.

Assim seja!