14 de maio de 2024

Hérnia de disco: sintomas, tratamento e prevenção

A hérnia de disco pode gerar fortes dores nas costas e está relacionada a fatores do estilo de vida, como sedentarismo, sobrepeso e tabagismo


Por Folhapress Publicado 24/10/2021
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De acordo com o Governo, antes da covid, a hérnia de disco era o principal motivo de auxílio-doença.

Causada pelo rompimento dos discos intervertebrais, a hérnia de disco pode causar intensas dores nas costas e está relacionada a fatores do estilo de vida, como sedentarismo, sobrepeso e tabagismo.


“O disco é um amortecedor de cartilagem que está entre cada vértebra“. Ou seja, ele funciona como se fosse uma almofadinha circular entre os ossos”. Explica Osmar Jose Santos de Moraes, neurocirurgião do Hospital Santa Catarina.


De acordo com o médico, há duas estruturas que formam o disco. Uma membrana externa endurecida e um núcleo interno gelatinoso.

Portanto, quando, por alguma razão, há um excesso de carga ou degeneração, a membrana rompe e o líquido sai, isso caracteriza uma hérnia de disco.


Então, o rompimento pressiona nervos vizinhos, gerando dores nas costas, um dos principais sintomas.

“A dor nas costas tem um pouco mais de 30 causas. É um sintoma frequente e quando a dor nas costas irradia para uma das pernas, em geral, está relacionada a uma hérnia de disco“. Complementa o neurocirurgião.

Assim podem ocorrer formigamentos ou fraqueza das pernas e dos pés. De acordo com Moraes, “Outro sinal de alerta é estar dormindo e acordar com dor nas costas”.

ESTILO DE VIDA


Em média, pessoas com idade entre 25 e 50 anos são acometidas com mais frequência.

Dentre as causas do quadro, estão fatores de risco relacionados ao estilo de vida.


“Dois terços da sustentação da coluna vertebral é feita pela musculatura. Então, o indivíduo sedentário, obeso, que não faz atividade física, tem mais tendência de degeneração dos discos”, esclarece o médico.

O tabagismo é outro ponto de atenção.

Em fumantes, entretanto, a cicatrização da hérnia de disco é cinco vezes pior, afirma Moraes, devido aos problemas na circulação sanguínea de quem fuma.


“A maioria desses fatores agem ao longo de muitos anos, forçando até romper o disco, como tipos de trabalho que demandam esforço físico e posições que sobrecarregam a coluna, mas também traumas e questões de ergonomia no trabalho”, complementa Luciano Miller, ortopedista e cirurgião de coluna do Hospital Albert Einstein.

PRÉDISPOSIÇÃO GENÉTICA


Além disso, há uma predisposição genética envolvida, que pode fazer com que a membrana externa do disco seja menos resistente.


Assim como hábitos no dia a dia são essenciais para reduzir os fatores que predispõem a hérnia de disco, não fumar, escolher cadeiras adequadas e manter uma boa postura além de não carregar peso em excesso.


Além disso, os especialistas ainda reforçam que, ao agachar, é importante dobrar os joelhos e levar o quadril próximo ao chão. Dessa forma é possível diminuir a sobrecarga da coluna e levantar peso sem maiores prejuízos.


“Manter a saúde da coluna inclui atividade física. Desde que uma atividade para qual você tenha tempo, consiga incluir na rotina e goste.


90% DOS CASOS DE HÉRNIA DE DISCO NÃO PRECISAM DE CIRURGIA


A hérnia de disco é uma doença muito benigna, de acordo com o neurocirurgião do Hospital Santa Catarina, Osmar Jose Santos de Moraes.

“Não é comum termos uma hérnia que precisa operar. Por outro lado, mais de 90% dos casos evoluem bem com tratamento conservador”, relata.


O tratamento conservador de hérnia de disco consiste no uso de medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios ou relaxantes musculares. Além disso, perda de peso, reeducação postural através da fisioterapia e repouso relativo.


A princípio o repouso relativo é adotado no início do tratamento e é um período em que o paciente deve parar de fazer atividades para não piorar, esclarece Luciano Miller.

O repouso absoluto e prolongado, portanto, não faz parte das recomendações.


“A cirurgia de hérnia de disco é indicada para pacientes que têm perda de força progressiva ou dor que não melhora com tratamento conservador”, diz Miller. Atualmente, de acordo com o médico, as cirurgias evoluíram bastante e são cada vez menos agressivas e invasivas.


A acupuntura por si só não funciona como tratamento, mas também é uma modalidade que pode ser somada ao resultado do uso de medicamentos e fisioterapia.

Dessa forma, especialistas reforçam a importância de buscar um médico para confirmar o diagnóstico.

SAIBA MAIS

Hérnia de Disco
Infográfico – Saiba Mais/Hérnia de Disco. (Arte Agora/Folhapress)

Primeiramente, o disco é uma estrutura cartilaginosa que funciona como um amortecedor e fica entre as vértebras.

É formado por duas partes, uma membrana externa (anel fibroso) e um núcleo gelatinoso (núcleo pulposo).

Quando, portanto, há excesso de carga ou degeneração, há um rompimento da camada externa e o núcleo sai da estrutura. À isso, se dá o nome de hérnia de disco.

A hérnia de disco acomete com mais frequência pessoas entre 25 e 50 anos


Sintomas de hérnia de disco:

– Dores nas costas recorrentes

– Dores que começam nas costas e irradiam para as pernas

– Formigamento ou fraqueza nas pernas

– Formigamento ou fraqueza nos pés



Fatores de risco de hérnia de disco:

– Predisposição genética

– Sedentarismo

– Sobrepeso ou obesidade

– Tabagismo

– Tipo de trabalho com esforço físico e sobrecarga da coluna

– Postura inadequada no trabalho ou em casa

– Trauma



Como é o tratamento para hérnia de disco:

Em 90% dos casos, o tratamento conservador dá bons resultados. Ele é feito com:

– Repouso relativo (período sem atividade física)

– Medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios ou relaxantes musculares

– Fisioterapia

Por outro lado, se esse tratamento não for suficiente, é recomendado fazer cirurgia



Hábitos importantes de prevenção:

– Praticar atividades físicas regularmente desde que com acompanhamento profissional

– Fortalecer a musculatura e alongar o corpo

– Não fumar

– Ter maior atenção à postura

– Utilizar cadeiras ergonômicas para trabalhar

– Ao abaixar para pegar peso, dobrar os joelhos e o quadril, mantendo a coluna reta

– Evitar carregar peso em excesso



Fontes: Luciano Miller, ortopedista e cirurgião de coluna do Hospital Albert Einstein; Osmar José Santos de Moraes, neurocirurgião do Hospital Santa Catarina; Ministério da Saúde.