14 de maio de 2024

Radicais queimam carros e tentam invadir sede da Polícia Federal em Brasília

José Acácio Serere Xavante, líder indígena bolsonarista, teve a prisão preventiva decretada por ordem do ministro Alexandre de Moraes


Por Folhapress Publicado 12/12/2022
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Radicais queimam carros e tentam invadir sede da Polícia Federal em Brasília
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra um líder indígena bolsonarista acabou em atos de violência nesta segunda-feira (12) em frente à sede da Polícia Federal em Brasília.


A PF cumpriu o mandado de prisão temporária contra José Acácio Serere Xavante e, em seguida, o conduziu até a sede da corporação, na Asa Norte.


Com o preso no prédio, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) chegaram ao local e tentaram invadir o prédio da PF.

BOLSONARISTAS RADICAIS QUEBRARAM VEÍCULOS E TENTARAM INVADIR SEDE DA POLÍCIA FEDERAL


Vestidos com camisas amarelas e bandeiras do Brasil, os bolsonaristas quebraram veículos que estavam estacionados próximo ao prédio.


Policiais que estavam no local reagiram e houve tumulto no local. Bolsonaristas jogavam pedras, e bombas de efeito moral foram jogadas para tentar conter a depredação.

Bolsonaristas tentam invadir PF e vandalizam após prisão de indígena por ordem de Moraes
Foto: Reprodução/CNN Brasil

INDÍGENA PARTICIPAVA DE ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS


Em nota, o STF informou que a prisão temporária, por dez dias, foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República. O indígena participa, portanto, de atos antidemocráticos na capital federal.


José Acácio foi um dos que participaram de um ato em frente ao hotel onde está hospedado o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.


A PGR, diz a nota do STF, argumentou a necessidade de garantia da ordem pública. Uma vez que a apuração teria indicado a prática pelo indígena dos da crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado democrático de Direito.

ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS


Além do ato em frente ao hotel, a investigação da PF apontou José Acácio como um dos envolvidos em atos antidemocráticos no Congresso Nacional, Aeroporto Internacional de Brasília. Bem como no Park Shopping e na Esplanada dos Ministérios.


De acordo com a PGR, José Acácio utiliza sua “posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes e perseguir Lula e os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso”.


“A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos.”

DIPLOMAÇÃO DE LULA


Para Moraes as alegações da PGR no pedido são graves e apontam para risco. Uma vez que o indígena convocou pessoas armadas contra a diplomação de Lula, nesta segunda (12).


“A restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”. Complementa Moraes na decisão.

FABIO SERAPIÃO E RICARDO DELLA COLETTA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)