14 de maio de 2024

PSB diz que Lula pode vencer no 1º turno caso tenha Alckmin como vice

De acordo com esses políticos, o levantamento mostra que Lula ganharia votos em São Paulo com o apoio do ainda tucano, que governou o estado por quatro mandatos, o que o levaria a ficar mais próximo de uma vitória em primeiro turno


Por Folhapress Publicado 03/12/2021
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Lula Geraldo Alckmin
O ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin – Foto: Reprodução

O PSB diz que Lula pode vencer no 1º turno caso tenha Alckmin como vice. Integrantes do PSB mostraram a Alckmin, o resultado parcial de pesquisas internas com o impacto no eleitorado da Grande São Paulo caso ele se junte como vice na chapa de Lula (PT).


De acordo com eles, o levantamento mostra que Lula ganharia votos em São Paulo com o apoio do ainda tucano, que governou o estado por 4 mandatos, o que o levaria a ficar mais próximo de uma vitória em 1º turno.


Por outro lado, a mesma pesquisa teria mostrado que Alckmin perderia cerca de metade do eleitorado caso decida mesmo se aliar ao petista.

LEVANTAMENTO FOI FEITO PARA TENTAR CONVENCER ALCKMIN IR PARA O PSB E SE JUNTAR A LULA


O levantamento foi feito na tentativa de subsidiar a decisão de Alckmin de ir para o PSB e tentar convencê-lo de que o projeto nacional é um bom negócio.


O esforço é feito enquanto as direções das siglas conversam sobre os termos de uma eventual aliança na disputa presidencial e da formação até de uma federação entre partidos de centro-esquerda.


Em reunião na quarta-feira (1º), o presidente do PSB, Carlos Siqueira, reiterou à presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), que o partido gostaria de ter o apoio dos petistas para concorrer ao governo de 6 estados em 2022 como condição para se unir a Lula.


À reportagem Gleisi confirma que Siqueira reforçou o pedido de apoio nesses locais, mas afirma que esta não é uma exigência para que as conversas prossigam. Ela reconhece, porém, que a situação mais delicada é São Paulo.


Durante a reunião de quarta, Gleisi disse a Siqueira que o PT não pediu a Alckmin que se filie ao PSB nem que o partido aliado faça essa solicitação. Se o ingresso de Alckmin no partido aliado vier a ocorrer, diz Gleisi, o PT estará aberto a conversar.


Quem esteve com o tucano nos últimos dias disse ter sentido o ex-governador de São Paulo bastante indeciso. A expectativa de pessoas próximas a Alckmin é a de que ele se desfilie do PSDB nos próximos dias, mas que demore a escolher o novo partido.

LULA E ALCKMIN E PALANQUES REGIONAIS


A própria presidente do PT diz que Lula afirmou internamente que só anunciará oficialmente se será candidato em fevereiro ou março.


O PSB quer o apoio do PT para seus candidatos a governador no Acre, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Além de São Paulo, onde o partido pretende lançar o ex-governador Márcio França.


Para isso, o PT teria de retirar a pré-candidatura de Haddad (PT), o que tem se mostrado um importante ponto de divergência entre as 2 siglas.


No Espírito Santo, o PSB quer que os petistas não lancem candidato e fiquem neutros na disputa.


Gleisi diz que o PT está conversando sobre essas costuras, mas que não há nenhuma condição imposta na negociação.


“Nunca é faca no pescoço. Política é processo. Requer o exercício de ceder. Ele coloca os interesses que eles têm e como a gente pode trabalhar para chegar a um bom termo. Se vamos chegar, não sabemos”, disse.


A prioridade do PT, segundo Gleisi, é a candidatura de Lula, mas o partido também demonstra interesse em composições no Rio Grande do Norte, para lançar Fátima Bezerra (PT) à reeleição, na Bahia, no Piauí e em outros estados.


Além do encontro com Gleisi, Siqueira recebeu nesta quarta a bancada do PSB na Câmara. Dos 25 parlamentares presentes, só o deputado Heitor Schuch (RS) foi contra a federação, sob o argumento de divergências no estado.


Siqueira disse que convocou para a próxima semana uma reunião com os dirigentes estaduais do partido, para tratar das eleições.


A federação partidária é uma novidade da legislação, tendo sido aprovada pelo Congresso neste ano como forma de salvar alguns partidos da extinção.

COLIGAÇÕES


Nas coligações, os partidos se uniam só para disputar a eleição, em acertos que variavam de estado a estado. Abertas as urnas, eles não tinham nenhum compromisso entre si.


Já nas federações, os partidos que a compõem são obrigados a atuar de forma unitária nos 4 anos seguintes, nos níveis federal, estadual e municipal, sob pena de sofrerem várias punições.


Essa união em coligações ou federações é importante para vários partidos pois o sistema de eleição atual. O proporcional, distribui as cadeiras do Legislativo com base nos votos obtidos por todos os partidos que formam a chapa. Ou seja, quanto mais robusta a união, mais chance de eleger parlamentares.


Além disso, os partidos que não atingirem no mínimo 2% dos votos válidos nacionais para a eleição para a Câmara em 2022 perdem direito a mecanismos essenciais à sua sobrevivência, como verba pública e espaço na propaganda.