14 de maio de 2024

Policial mata 8 pessoas e se suicida no Paraná

O soldado de 37 anos assassinou a mulher, a mãe, os três filhos, um irmão e outras duas pessoas. Ele estava na PM há 12 anos, sem registro de problemas psicológicos


Por Folhapress Publicado 16/07/2022
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Policial mata 8 pessoas e se suicida no Paraná
Fabiano Júnior Garcia matou a mãe, a esposa, os três filhos, um irmão e outras duas pessoas e se suidicou em seguida – Foto: Reprodução

Um policial militar matou a tiros 8 pessoas, incluindo a mulher, a mãe, o irmão e os três filhos, e depois se suicidou na madrugada da sexta-feira (15) no Paraná.

Fabiano Júnior Garcia, 37, que trabalhava no 19º Batalhão da Polícia Militar de Toledo, deixou o plantão por volta das 19h na noite de quinta-feira e iniciou a sequência a assassinatos por volta das 23h.

Uma das hipóteses levantadas pela polícia para a motivação dos crimes é a de que o agente não aceitava o pedido de separação feito pela mulher.

AS VÍTIMAS DO POLICIAL


Além da esposa, entre os mortos estão a mãe do policial, o irmão e os três filhos.

O PM também tirou a vida de duas pessoas desconhecidas que estavam na rua.


  • Kassiele Moreira Garcia, 28 anos (esposa);

  • Miguel Augusto da Silva Garcia, 4 (filho);

  • Kamili Rafaela da Silva Garcia, 9 (filha);

  • Amanda Mendes Garcia, 12 (enteada);

  • Irene Garcia, 78 anos (mãe);

  • Claudomiro Garcia, 50 anos (irmão);

  • Kaio Felipe Siqueira da Silva, 17 anos;

  • Luiz Carlos Becker, 19 anos.

ASSASSINATOS COMETIDOS PELO POLICIAL



De acordo com a PM, as duas primeiras vítimas foram a esposa e sua filha mais velha. Elas foram mortas dentro de casa, na região central da cidade de Toledo.

Ele enviou uma mensagem para amigos e familiares após assassinar a esposa: “Família me desculpa, me desculpa, me desculpa, mas eu não ia conseguia viver sem a Kassiele…ela já deixou a entender que ela não fazia questão de continuar comigo, então se assim…já que eu dediquei minha vida toda pra ela”.

Em seguida, ele foi para a casa da mãe, Irene Garcia, onde também estava o irmão. O policial depois matou dois jovens que passavam perto do local.

Logo depois, ele foi até a cidade de Céu Azul, a 64 quilômetros de Toledo, e matou os filhos mais novos que passavam férias na casa dos avós.

Então, ele voltou para a casa dele em Toledo, onde policiais o encontraram.

Os PMs atiraram nos pneus do veículo de Garcia para tentar impedir uma fuga. Então, dizem ter ouvido um disparo e constataram que ele havia se suicidado.

POLICIAL NÃO TINHA HISTÓRIDO DE PROBLEMAS PSICOLÓGICOS

PM mata 8 pessoas e se suicida no oeste do Paraná
Fabiano Júnior Garcia matou oito pessoas e se suicidou em seguida – Foto: Reprodução


Em nota, a PM local lamentou o crime e disse que Garcia não tinha histórico que pudesse indicar problemas psicológicos. Ele atuava como coordenador do policiamento da unidade desde 2020.


“Causou estranheza, tristeza e decepção para a corporação. Vai ser aberto um inquérito para apurar o caso e daremos todo suporte para a família”, disse em entrevista nesta sexta o coronel Hudson Leôncio Teixeira.


De acordo com o comandante, Garcia enviou áudios para a família e amigos explicando que a motivação do crime seria a separação de Kassiele Moreira.

“Deu a entender que o fator motivacional para essa tragédia foi a separação deles, ele não estava aceitando a separação e também possuía algumas dívidas.”

FEMINICÍDIOS


O crime ocorre da mesma semana da morte de quatro mulheres em duas ocorrências de feminicídio em Pernambuco e Minas Gerais. Nos dois casos, a principal suspeita é que os autores dos disparos não aceitavam o fim do relacionamento, matando suas ex-companheiras e parentes.


Em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, três mulheres da mesma família foram assassinadas a tiros, depois de discussão com o ex-marido de uma delas. Uma outra mulher foi socorrida em estado grave, após também ser alvo dos disparos.


Em Pernambuco, uma mulher de 48 anos, que estava internada após ser baleada na sexta-feira (8) pelo ex-marido, não resistiu aos ferimentos e morreu.


Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam que no ano passado ocorreram 1.341 mortes por feminicídio no país, uma média de 111 casos por mês.

O número é ligeiramente menor do que o tabulado no ano anterior, quando foram registradas 1.354 ocorrências.

LARISSA GOMES
TOLEDO, PR (FOLHAPRESS)