27 de abril de 2024

As principais empresas de games do Brasil

74,5% dos brasileiros afirmaram ter o costume de jogar videogames


Por Folhapress Publicado 23/07/2022
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Nem só de jogadores vive a indústria de games brasileira. Ela também produz. O número de estúdios de videogames no país mais que dobrou entre 2018 e 2022, impulsionado pela pandemia bem como pela adoção de novos modelos de negócio.


Hoje, existem 1.009 desenvolvedoras formalizadas no país, de acordo com a Pesquisa da Indústria Brasileira de Games 2022, divulgada pela Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos) no BIG Festival.


Isso representa um crescimento de 152% em relação a 2018, quando o setor contava com 375 empresas. Em 2014, eram 133.


“Neste momento, o mundo todo está olhando para o setor de games como sendo o futuro, com grande potencial econômico. Muito dessa vontade de empreender dentro desse mercado é porque agora, no Brasil, temos um nível de maturidade que já reduz as incertezas. Hoje é uma coisa com a qual você não fica tanto em dúvida se pode dar certo ou não”, disse Rodrigo Terra, presidente da Abragames.


De acordo com a consultoria Newzoo, o mercado de videogames deve movimentar US$ 203,1 bilhões (R$ 1 trilhão) em 2022, um crescimento de 5,4% em relação a 2021.

MATURIDADE E CRESCIMENTO


No país, o setor dá sinais concretos de maturidade. A Pesquisa Game Brasil, divulgada em abril, mostrou que 74,5% dos brasileiros afirmaram ter o costume de jogar videogames.

Títulos independentes e de baixo orçamento produzidos por aqui, como “Unsighted”, atingiram visibilidade internacional no ano passado.

Empresas fora do ramo, no entanto, tentam conversar com um público mais jovem recorrendo à identidade gamer.

EMPRESAS BRASILEIRAS DE GAMES TAMBÉM LUCRAM NO EXTERIOR


Mas as desenvolvedoras brasileiras não sobrevivem apenas do mercado interno. Segundo a pesquisa da Abragames, 57% das desenvolvedoras tiveram receitas internacionais em 2021.

Isso porque plataformas digitais como Apple Store, Google Play e Steam facilitam que títulos sejam comercializados em qualquer parte do mundo.


“Um estúdio de games hoje já nasce internacionalizado. As plataformas de distribuição de jogos digitais tocam quase todo o território do planeta, e isso faz com que o jogo feito no interior do Brasil possa ser distribuído globalmente”, afirma Rodrigo Terra.

PRODUÇÃO E GERAÇÃO DE EMPREGOS


A produção também cresce. Os 223 estúdios que responderam à pesquisa da Abragames desenvolveram 715 jogos em 2020. Em 2021, foram 901, um crescimento de 26,3%.


A Pesquisa da Indústria Brasileira de Games 2022 ainda destaca as dez maiores empresas de jogos do país, classificadas conforme o número de funcionários registrados no LinkedIn. A reportagem falou com três delas.

CONHEÇA AS PRINCIPAIS EMPRESAS DE GAMES DO BRASIL


AFTERVERSE


A Afterverse é um estúdio formado em 2021 que nasceu a partir da plataforma de conteúdo infantil PlayKids, do grupo Movile. Em 2019, a desenvolvedora criou o game “Crafty Lands”, cujo sucesso levou ao “PK XD”, uma espécie de metaverso para crianças.


O título já teve mais de 500 milhões de downloads e hoje conta com 30 milhões de usuários ativos. A maior parte dos jogadores se concentra na América Latina, no Sudeste Asiático e nos Estados Unidos.


“O ‘PK XD’ é uma experiência social, então muito do que enxergamos como o maior sucesso do jogo são os usuários voltando, e mais que isso, como esses usuários falam sobre o produto fora do próprio produto”, explica Felipe Hayashida, COO da Afterverse.


Além do sucesso financeiro, conteúdos relacionados ao jogo geram dezenas de milhões de visualizações por semana no YouTube e no TikTok, por exemplo.


“Muito do crescimento do mercado no Brasil vem desse momento de cada vez ser mais rápido exportar o que a gente vem fazendo. Há cada vez mais conhecimento sendo construído, jogadores locais e oportunidade para os jogos brasileiros serem levados para o mundo inteiro”, disse Hayashida.


AQUIRIS


A Aquiris foi fundada em 2007 e trabalhou tanto em produtos próprios como para outras marcas. Além de “Horizon Chase” (2015) e “Wonderbox” (2021), suas principais propriedades intelectuais, produziu jogos para Looney Tunes e Cartoon Network ao longo da última década.


Em 2019, a Apple selecionou a empresa para estrear o serviço de assinatura de games Apple Arcade. Em abril deste ano, a desenvolvedora recebeu um investimento da Epic Games, dona do “Fortnite”.


Na ocasião, as empresas anunciaram um acordo de publicação de vários jogos multiplataforma ainda não anunciados.


“A gente tem muito a ganhar com a parceria com a Epic pelo próprio perfil dos estúdios em que a empresa já investiu antes. A Psyonix, do ‘Rocket League’, e a Mediatonic do ‘Fall Guys’, são desenvolvedoras com audiências que conversam muito com o nosso tipo de jogo”, diz Sandro Manfredini, diretor de negócios da Aquiris.


“É um selo de qualidade do que a América Latina como um todo tem para oferecer. Esses movimentos tendem a ficar cada vez mais frequentes. Eles dão um sinal claro para o mundo de que a gente não é só um grande mercado consumidor mas também desenvolvedor de produtos.


KOKKU


Fundada em 2011, a Kokku é uma empresa especializada na prestação de serviços como codesenvolvimento e desenvolvimento de jogos (CoDev e FullDev), e produção de artes conceituais e 3D para games de celulares, consoles e PCs.


Nos últimos anos, trabalhou com estúdios como Activision e TreyArch, em “Call of Duty Black Ops: Cold War” (2020), e Guerrilla Games, em “Horizon Zero Dawn” (2017) e “Horizon Forbidden West” (2022).

Desenvolveu ainda títulos com propriedades intelectuais de outros segmentos, como, por exemplo, a expansão do game “Roblox” baseada em “Stranger Things”, da Netflix.


“A gente queria pertencer ao mundo das maiores franquias, trabalhar com as maiores empresas e fazer os jogos mais desejados”, explica Thiago de Freitas, CEO da Kokku.

“A parte mais importante de ter uma empresa como essa, que trabalha com grandes franquias, é investir em relacionamento, que é o que vai gerar as oportunidades”.


“Temos uma indústria cada vez mais madura, com mais educação para desenvolvimento de profissionais e uma região relativamente estável. Nos próximos cinco anos, o Brasil deve despontar entre as dez maiores potências de desenvolvimento de jogos”, disse Freitas.

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