09 de maio de 2024

Janeiro de 2023 é o mês mais chuvoso do período histórico em Piracicaba

Dados registrados pela Defesa Civil colocam 2023 bem acima da média estimada; prefeito Luciano Almeida se reuniu com o DAEE para analisar pontos de alagamento e áreas de transbordo


Por Redacao 019 Agora Publicado 12/02/2023
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Janeiro de 2023 é o mês mais chuvoso do período histórico em Piracicaba
Dados registrados pela Defesa Civil colocam 2023 bem acima da média estimada; prefeito Luciano Almeida se reuniu com o DAEE para analisar pontos de alagamento e áreas de transbordo

Janeiro de 2023 foi o mês mais chuvoso registrado no período histórico em Piracicaba. Nesta semana, o prefeito Luciano Almeida se reuniu com secretários e o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) para analisar os pontos de alagamento e áreas de transbordo em Piracicaba e definir estratégias e obras para melhorar o escoamento de água das chuvas e evitar novos alagamentos na cidade . Durante o último mês, várias regiões sofreram com inundações.

MÊS MAIS CHUVOSO


Dados da base da Defesa Civil da Prefeitura de Piracicaba apontam que o mês de janeiro de 2023 foi o mais chuvoso do período histórico. Ele tem início em 2018, ano em que as medições começaram.

No acumulado, a base da Defesa Civil marcou 528.5mm, superando o mesmo período no ano passado, quando foram registrados 351.1mm, desde então, o maior. Já o posto meteorológico da Esalq/USP, que realiza a medição desde 1917, nunca registrou volume acima de 500mm em um mês de janeiro em Piracicaba.

Ainda segundo registro da base da Defesa Civil, em 2018, quando a medição da Defesa Civil teve início, choveu 246.5mm em janeiro, em Piracicaba. Já em 2019, foram 182.13mm; em 2020, 160.1mm, e em 2021 foram registrados 250.6mm.

“A média estimada para o mês de janeiro, com base nos dados que registramos desde o início, era de aproximadamente 300mm. Isso mostra que em 2023 esse número ultrapassou bastante o esperado”, comentou Odair Melo, diretor da Defesa Civil.

PIONEIRO

O posto meteorológico da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), que iniciou a medição em 1917, coloca janeiro de 2023 como o quarto com maior volume, mas em sua história nunca registrou volume acima dos 500mm em janeiro.

De acordo com o professor do Departamento de Engenharia da Esalq, Fabio Marin, a série histórica tem janeiro de 1929 com o maior volume, com 491mm. Na sequência, aparecem 2011, com 422mm; 2008, que registrou 419mm; 2023, com 418mm; e janeiro de 2022 com 408mm. “De qualquer forma, o acúmulo deste ano ficou muito acima da média, que é 231mm. Isso representa 80% a mais do que a média”, explicou Marin.

Dentro do mesmo período, de 2018 a 2023, a Esalq registrou 225mm em 2018; e 146mm em 2019; 181mm no ano de 2020, além dos registros já citados para 2022 e 2023.

Vale ressaltar que os dois pontos de coleta – Defesa Civil e Esalq – ficam em pontos distintos. O posto da Esalq fica dentro da unidade, enquanto o da Defesa Civil está localizado no bairro Paulista. Sendo assim, os pontos podem registrar mais ou menos volume de chuvas.

FORÇA-TAREFA

A Prefeitura montou força-tarefa, reunindo várias secretarias, para atender com rapidez todas as regiões afetadas, desde o início das chuvas mais intensas, que começaram no dia 10/01. Recolha de árvores caídas, desobstrução de bocas de lobo e galerias de águas pluviais, retirada de materiais nas ruas, limpeza de lama nas vias em pontos de alagamento bem como outros serviços têm sido realizados constantemente para amenizar os estragos.

Uma obra feita pela Prefeitura, em junho do ano passado, foi fundamental para evitar novos episódios de alagamento: o desassoreamento do ribeirão Piracicamirim. Os serviços feitos, que consistiram no desassoreamento e abertura da calha do ribeirão em três pontos, mostraram resultados positivos já com as primeiras chuvas de verão deste ano, e evitou o transbordamento do manancial.

AGILIDADE NAS OCORRÊNCIAS

Um fator fundamental para a agilidade nos atendimentos das ocorrências foi justamente a criação de um reunindo representantes de diversas secretarias do poder público, além de órgãos como o Corpo de Bombeiros e o Samu.

“O grupo criado otimizou a comunicação entre os órgãos de força pública do município e do Estado. E não apenas nas ocorrências durante as chuvas, mas em toda situação. No grupo é possível, portanto, falar em tempo real, com o envio de imagens e localização, e isso faz com que as ações aconteçam de forma muito dinâmica e facilitada”, destacou Fabio Henrique Giovani, capitão do Corpo de Bombeiros, Comandante do 1° Subgrupamento de Bombeiros de Piracicaba.

TRABALHO CONSTANTE

Durante todo o período das chuvas, a Defesa Civil segue com o monitoramento dos rios e pontos de possíveis alagamentos. O rio Piracicaba chega ao estado de atenção ao atingir 3,2 metros. Ao estado de alerta aos 3,7 metros. Ao estado de emergência com 4,2 m e extravasa ao atingir os 4,7m.

Assim, as pessoas que vivem em áreas de risco e se sentirem em perigo podem ligar para os telefones 199 (Defesa Civil) e 153 (Guarda Civil), Corpo de Bombeiros (193) e solicitar apoio.

A Defesa Civil do Estado de São Paulo disponibiliza um canal de informações para a população que alerta para eventos meteorológicos. Para receber os informes no celular, basta enviar um SMS com o número do CEP da residência para o número 40199. Informações gerais podem ser acessadas pelo site.