Número de desenvolvedores e mantenedores de softwares cresce no Brasil

Somos um país de pessoas conectadas. Os dispositivos eletrônicos, como smartphones, computadores e tablets passaram de ferramentas de trabalho a melhores amigos, o que fez com que a vida fosse gerenciada em apenas um click. São aplicativos de finanças, transporte, alimentação, paquera, um infinito de possibilidades digitais.

“Com a evolução dos aparelhos de telefonia celular, os olhos da tecnologia se voltaram para esse nicho, o que fez com que diversas empresas e até mesmo pessoas físicas desenvolvessem aplicativos para as mais diversas plataformas”, é o que explica do CEO do Empresômetro, empresa especializada em inteligência de mercado, Otávio Amaral.

Dados do Empresômetro revelam que cerca de 70.400 empresas atuam diretamente na área de desenvolvimento e manutenção de programas de computador e aplicativos, sinal de que somos um país que investe em tecnologia. 

“Esses números se mostram ainda mais expressivos quando analisamos ano a ano a criação de empresas nesse segmento. Em 2014, por exemplo, abriram 3.670 empresas, já em 2019, até agora, são 6.379 aberturas, ou seja, um aumento de quase 100%”, afirma Amaral.

Quando o assunto é o porte desses desenvolvedores, 67.748, ou seja, a maioria, são pequenas empresas, o que revela que houve investimento em capacitação pessoal para o desenvolvimento de serviços complexos, como a criação de aplicativos. 

“Hoje em dia, com treinamento especializado e uma boa ferramenta, é possível desenvolver um serviço inovador e de qualidade”, destaca o CEO.

Na ponta da linha

De acordo com a 30ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada este ano pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, o Brasil tem hoje cerca de dois dispositivos digitais por habitante, incluindo smartphones, computadores, notebooks e tablets. A previsão é de que até o final de 2019 sejam 420 milhões de aparelhos digitais ativos. 

Entre os aparelhos, o uso de smartphone se destaca: segundo o levantamento, há hoje 230 milhões de celulares ativos no país. Já o número de computadores, notebooks e tablets em uso no Brasil é de 180 milhões. Houve um aumento de 10 milhões no número de smartphones ativos em relação a 2018.

“Isso revela que o brasileiro está cada vez mais fiel ou escravo da tecnologia. Usamos o celular para tudo, até mesmo para pagar contas via QR Code, consultar sessões de cinema, delivery de alimentos, consultas médicas. É um nicho que vem expandindo cada vez mais”, conta o CEO.

Ranking nacional

Entre os estados onde estão localizadas as empresas que desenvolvem esse serviço, o pódio fica com São Paulo, são 36.220 empresas; em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com 5.287 e em terceiro, o Paraná, com 5.229. 

“Isso revela que São Paulo continua sendo o polo de diversos negócios, mas o Paraná não fica muito atrás. Conseguimos concentrar diversas atividades, como a agrícola, em que somos muito expressivos, inclusive internacionalmente, o vestuário, e também a tecnologia. Sinal de que há investimento e um mercado pujante em tecnologia”, afirma Amaral.

O fantástico mundo dos Apps – a vida na palma da mão

Desenvolvidos em terras paranaenses, dois aplicativos têm chamado a atenção de usuários país afora. O Citizen, desenvolvido pelo IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, armazena as notas fiscais de todas as compras feitas pelo usuário mediante a leitura do QR Code. Disponível nas plataformas Android e iOS, após baixar o aplicativo e fazer o cadastro inicial, o usuário faz a leitura do QR Code da Nota Fiscal ao Consumidor Eletrônica (NFC-e) ou do código de barras do DANFE da NFe (Nota Fiscal Eletrônica) de cada compra, podendo também lançar notas fiscais de meses anteriores. No Citizen é possível controlar os gastos por categoria, data, valor total, estabelecimento onde comprou e pesquisar a evolução do valor unitário de cada bem ou mercadoria.

“Por meio do Citizen, ao cadastrar as notas fiscais de suas compras, o usuário fica sabendo quanto do valor pago foi abocanhado pelos tributos. Após seis meses de uso constante, registrando compras em supermercados, farmácias, lojas, postos de combustíveis e restaurantes, o aplicativo identifica a inflação do usuário”, revela o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike.

Ficar sem carga, só se você quiser

Naturalmente curitibano, o Keep Charged, disponível para Android e IOS, veio para não deixar nenhum usuário literalmente na mão. Por meio de geolocalização, o aplicativo mostra em um mapa os pontos nas proximidades que dispõem de tomadas e carregadores, além de sinais de Wi-Fi abertos ou fechados, e banheiros públicos ou não.

“Alguns estabelecimentos figuram no aplicativo oferecendo ao usuário não somente uma tomada e um carregador, mas também conveniência, uma vez que o estabelecimento pode condicionar o uso do carregador ou tomada a um consumo mínimo no local ou somente pelo check-in em redes sociais”, conta o CEO da empresa, Cezar de Araújo Santos.

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