14 de maio de 2024

Samu Animal já atende animais de rua em perigo em algumas cidades; Campinas é uma delas

Outras iniciativas para o resgate emergencial de animais são oferecidas por empresas particulares.


Por Folhapress Publicado 15/11/2021
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Samu Animal
Médico veterinário se prepara para entrar no Samu Animal – Foto: Arquivo PMC/Carlos Bassan

O Samu Animal já atende animais de rua em perigo em algumas cidades paulistas. Campinas é uma delas em que o serviço é disponibilizado à população. Outras iniciativas para o resgate emergencial de animais são oferecidas por empresas particulares.

Assim como os humanos, os animais também passam por situações de emergência que demandam um suporte profissional adequado para sua sobrevivência.

Por isso, o trabalho em ambulâncias faz parte do dia a dia de alguns médicos veterinários, que cruzam cidades para transportar e atender cães, gatos e até mesmo animais silvestres ou de grande porte.

SAMU ANIMAL DE CAMPINAS


Algumas cidades paulistas contam com iniciativas municipais de UTI móvel, que oferecem atendimento gratuito de emergência a animais de rua. Já na capital, o serviço é somente particular e mais voltado ao transporte de cães e gatos que precisam de suporte.


Em Campinas (SP), um serviço de atendimento móvel de urgência a cães e gatos foi criado em 2015 e ficou conhecido como Samu Animal.


“Nosso recorte de atendimento são animais sem dono, atropelados ou doentes e encontrados em vias e logradouros públicos”, explica Paulo Anselmo, veterinário do Departamento de Proteção e Bem Estar Animal (DPBEA) da Prefeitura de Campinas.


A UTI móvel fica à disposição 24 horas por dia e conta com um médico veterinário, um auxiliar e um motorista.

Uma equipe de regulação faz uma triagem ao receber o chamado, buscando manter o atendimento exclusivo para animais de rua, sem ser acionado por tutores e donos de cães ou gatos.

Samu Animal
Ambulância especial socorre animais de rua atropelados, vítimas de maus tratos ou doentes – Foto: Prefeitura de Campinas


“O Samu não é só a viatura, há todo um atendimento de retaguarda”, esclarece Anselmo.

A ambulância tem todos os equipamentos necessários para o primeiro atendimento no local, mas, depois, o animal é levado ao DPBEA, onde passa por exames e, no caso de trauma, cirurgias.


Recuperados, enfim, os animais vão para adoção. O serviço consegue salvar mais da metade dos animais atendidos, já que, por serem casos graves, a taxa de letalidade é de 47%.


Segundo Anselmo, o objetivo é trabalhar para que o serviço do Samu Animal deixe de ser necessário. “Temos uma estrutura de castração móvel que castra 200 animais de rua por dia. Além de diminuir a letalidade, queremos diminuir a quantidade de animais abandonados para minimizar, sobretudo, a necessidade do serviço de urgência”, defende.

SAMUVET DE BRAGANÇA PAULISTA


Uma iniciativa semelhante atua em Bragança Paulista (SP): o SamuVet. A ideia surgiu como parte do trabalho de conclusão de curso de Medicina Veterinária do tenente do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, Claudio Zago.

Desde então, uma ambulância atua no atendimento de animais de rua sem tutor vítimas de trauma ou doenças.


Após os primeiros socorros, os animais resgatados vão para ao Abrigo Municipal de Cães e Gatos, que conta com uma clínica onde exames e cirurgias.

Todo o trabalho, portanto, é fruto de uma parceria com a Associação de Proteção aos Animais Faros d’Ajuda, que administra o serviço terceirizado.

EM LIMEIRA

primeira ambulância veterinária de Limeira é uma parceria entre a Helpmóvel e a Invet Center, após inúmeros pedidos de clientes que necessitam de socorro para seus pets.

A bordo, um socorrista e um médico veterinário treinados para o atendimento de urgência e emergência. A unidade móvel também está preparada para prestar os primeiros socorros no local, ou levar o pet até o InVet Center 24h, quando for necessário.

O serviço está disponível para clientes Helpmóvel, que podem incluir seus pets como dependentes no plano familiar.


CAPITAL PAULISTA


Em São Paulo, contudo, os serviços existentes estão disponíveis por empresas particulares, que atendem 24 horas por dia para dar suporte necessário no transporte aos pets.


“Atendemos principalmente pacientes interhospitalares, ou seja, de clínicas de menor suporte para hospitais maiores. Por exemplo, clínicas de bairro que conseguem fazer um primeiro atendimento, mas não tem equipamento suficiente para manter aquele paciente por mais tempo”, explica Gabriela Caldas, 28, médica veterinária da Osgate, serviço de ambulância veterinária.


Segundo Gabriela, a Osgate também atende em casa animais que estejam passando mal e muito instáveis. “O transporte de carro pode ser muito perigoso, então o tutor nos chama, vamos até a casa dele, fazemos um primeiro atendimento e levamos o animal para um hospital”, relata.


Na maior parte dos casos, entretanto, esclarece a veterinária, os atendimentos são para animais com alterações respiratórias ou dor intensa, o que faz com que o transporte precise ser feito com o suporte da ambulância.


GRATIDÃO DOS TUTORES


Cuidar de seu animal de estimação em estado grave é um momento difícil para qualquer um.

Em São Paulo, tutores que precisaram do serviço de ambulância pontuam a importância de profissionais empáticos e que fazem de tudo para ajudar seus pets.


É o caso do advogado Sergio Ridel, 77, que tinha um pequinês chamado Napoleão. O animal tinha 15 anos e, em julho de 2020, precisou de atendimento médico por estar em seu processo terminal.


Napoleão passou 40 dias em uma UTI veterinária. De acordo com Sergio, o estado de saúde do cão já estava muito debilitado, o que poderia fazer com que outros animais fossem priorizados na UTI. Assim, “A morte dele era uma questão de tempo e eu queria que ele morresse junto de mim”, relata.


Por isso, o advogado contratou o serviço de ambulância veterinária da Osgate. Durante cerca de um mês, a equipe fez o transporte diário de Napoleão da UTI para casa e vice versa. O objetivo era que o animal pudesse passar as noites em casa e, durante a manhã e tarde, recebesse atendimento no hospital veterinário.