Saúde alerta para animais peçonhentos em regiões alagadas

A Secretaria de Saúde, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), alerta a população quanto ao risco de acidente com animais peçonhentos, como aranhas e escorpiões, neste período em que os rios que cortam Piracicaba estão com níveis acima da média, causando alagamentos. Além dos animais peçonhentos, a preocupação é com a presença de ratos nestas regiões alagadas.

Matheus Santos, médico veterinário e representante do CCZ e do Núcleo de Bem-Estar Animal, explica que, no caso dos animais peçonhentos, em áreas alagadas, animais como aranhas e escorpiões têm o habitat invadido, ou seja, há maior risco de contato com seres humanos e, portanto, pode aumentar a incidência de acidentes.

“A água dos rios e ribeirões invadem os locais onde normalmente estes animais se escondem, o que faz eles procurarem abrigos em lugares cada vez mais próximos às residências e até mesmo dentro das casas, então o risco é muito grande de uma criança ou idoso serem picados por estes animais”, informou Santos.

Para ele, por mais que alguns pontos de alagamento tragam paisagens bonitas para uma foto, o risco nestes locais é grande.

“É muito bonito ver o rio volumoso, cheio de força e vida, mas naquele momento em que vamos tirar uma selfie, por exemplo, podemos não estar atentos à presença de um escorpião ou aranha e ser picado. Por isso, nossa orientação é que se evitem essas áreas durante período de alagamento”, completou.

OUTRAS DOENÇAS

A presença abundante de água também eleva o risco de disseminação de doenças infectocontagiosas, uma vez que há a possibilidade de contato com a água de áreas alagadas e transbordamento de esgotos e córregos.

“A pessoa pode contrair a leptospirose, que é uma doença que penetra no corpo pela pele, por meio de ferimento ou arranhão. Os principais sintomas são febre, dor muscular (panturrilha), náuseas e vômitos, cefaleia, icterícia (pele e mucosas amareladas). Por isso, também alertamos para que as pessoas evitem ter contato com estas áreas”, comentou Santos.

O médico veterinário reforça, ainda, a importância de manter os pets longe destas regiões de alagamento. “Ao mesmo tempo que traz riscos para os humanos, os animais de estimação também correm riscos. Por isso, recomendamos que os tutores evitem levar ou deixar que seus pets frequentem essas regiões já que eles também podem contrair a leptospirose, bem como serem picados por algum peçonhento”, falou Santos.

Se for necessário entrar em locais de alagamento, a orientação é sempre usar equipamentos de proteção, como botas e luvas ou até mesmo sacos plásticos.

CUIDADOS

Para evitar problemas com aranhas e escorpiões e impedir, ao máximo, que a sua residência sirva de morada para esses animais. Por isso, é importante seguir algumas orientações:

• Bloqueie os ralos das residências, seja da pia da cozinha ou banheiro, tanques, ou mesmo os ralos de chão, com tampa, tela ou dispositivo de abrir e fechar. Os vãos entre o chão e as portas da casa têm que ser fechados, usando dispositivos para a vedação de porta;
  
  
• Tomadas e interruptores também servem de acesso. Deixe-as bem tampadas. Não se esqueça de observar se há furos ou frestas que permitam acesso de animais em paredes, forros ou telhados e, caso haja, busque meios de vedá-los imediatamente.

Já para evitar problemas com ratos, as orientações são as seguintes:

• Mantenha os alimentos armazenados em vasilhames tampados e à prova de roedores;
  
  
• Acondicione o lixo em sacos plásticos e em locais, preferencialmente, elevados do solo, colocando-o para coleta pouco antes do recolhimento;
  
  
• Caso existam animais no domicílio (cães, gatos e outros), é importante retirar e lavar os vasilhames de alimento do animal todos os dias antes do anoitecer. Pois eles também podem ser contaminados pela urina do rato;
  
  
• Feche buracos de telhas, paredes e rodapés para evitar o ingresso dos ratos para dentro de casa;
  
  
• Nunca jogue lixo na rua, canais, bueiros ou mangue, pois, além de atrair roedores, o lixo dificulta o escoamento das águas. Agravando, assim, o problema das enchentes.