09 de maio de 2024

Piracicaba abre Centro de Atendimento e Testagem para Monkeypox

O objetivo é o diagnóstico precoce da doença e bloquear a cadeia de transmissão do vírus na cidade por meio do acolhimento, atendimento, notificação, testagem e, principalmente, avaliação médica


Por Redacao 019 Agora Publicado 22/08/2022
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Piracicaba abre o Centro de Atendimento e Testagem para Monkeypox a partir da desta segunda-feira (22). A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), vai abrir o primeiro Centro de Atendimento e Testagem para Monkeypox (CAT-MPX) no Crab (Centro de Referência da Atenção Básica) Vila Cristina.

O objetivo é o diagnóstico precoce da doença e bloquear a cadeia de transmissão do vírus na cidade por meio do acolhimento, atendimento, notificação, testagem e, principalmente, avaliação médica.



Centro de Atendimento e Testagem para Monkeypox em Piracicaba

O funcionamento será em horário especial e diferenciado da rotina, sendo, portanto, das 17h às 20h30.

“Além da Covid-19, também estamos atentos aos casos da monkeypox. Nossas equipes estão organizadas e alinhadas para melhor atender a população seguindo todas as orientações vindas do Estado e do Ministério da Saúde”, disse Filemon Silvano, secretário de Saúde.
 

Conforme explica Tatiana Bonini, coordenadora de enfermagem do DAB (Departamento de Atenção Básica), esta será a principal porta de entrada para atendimento de pessoas com sintomas suspeitos para Monkeypox (varíola símia).

“Além disso, as Unidades de Saúde realizarão o monitoramento telefônico diário das pessoas com sintomas suspeitos e de seus familiares”.
 

Karina Corrêa Contiero, enfermeira do Centro de Vigilância em Saúde (Cevisa), reforça que a ideia do CAT-MPX é que os casos que apresentem lesões de pele ou mucosas e/ou outros sintomas característicos da doença “procurem o atendimento neste local, que contará com equipe multidisciplinar com médico, enfermeiros, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde, para atendimento exclusivo de Monkeypox”.

Capacitação
 

Nesta semana, a SMS concluiu a capacitação de 240 profissionais de saúde sobre atendimento de casos suspeitos de Monkeypox.

Piracicaba abre Centro de Atendimento e Testagem para Varíola dos Macacos
Cerca de 240 profissionais de saúde foram capacitados para atendimento de casos de monkeypox



O treinamento foi feito com profissionais da rede de Atenção Básica – médico clínico geral, enfermeiros, ginecologistas, pediatras e dentistas – e teve entre os assuntos abordados: fluxo de atendimento, avaliação clínica, sintomas da doença com diagnósticos diferenciais, coleta dos exames, notificação, agilidade de diagnóstico, acondicionamento das amostras e sinais de alerta e monitoramento dos casos suspeitos e contactantes familiares.

A ação envolveu os departamentos de Atenção Básica (DAB) e de Vigilância Epidemiológica e do Cedic (Centro de Doenças Infectocontagiosas).
 

Karina enfatiza que a proposta da capacitação atende o cenário atual.

“Estamos preparados para lançar mão de outras estratégias caso haja o aumento expressivo de novos casos. Sendo assim, a capacitação prepara a rede de assistência para o atendimento e monitoramento dos casos suspeitos e confirmados, a fim de realizar o diagnóstico o mais precocemente possível, reduzindo assim a cadeia de transmissão”, destaca.

Casos em Piracicaba



Até às 12h da sexta-feira (19) Piracicaba tem oito casos confirmados e 20 casos suspeitos (aguardando confirmação laboratorial).

Entre os casos confirmados estão uma criança de 01 ano (sexo feminino) e 07 homens com idade de 23, 24, 26, 27, 29, 35 e 38 anos, seguindo a mesma tendência apresentada no cenário mundial quanto ao perfil desses pacientes, ou seja, a maioria adultos do sexo masculino com idade inferior a 40 anos. Três evoluíram para cura e os demais seguem sob monitoramento da Vigilância Epidemiológica.
 

Cuidados

Para se prevenir da Monkeypox é necessário tomar alguns cuidados muito importantes, como evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele; reduzir o número de parcerias sexuais nesse momento; evitar beijar, abraçar ou fazer sexo com alguém com a doença; fazer a higienização das mãos com água e sabão e uso de álcool em gel; não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos, objetos pessoais ou brinquedos sexuais; fazer o uso de máscaras, protegendo contra gotículas e saliva, entre casos confirmados e contactantes.
 

O principal sintoma é o surgimento de lesões parecidas com espinhas ou bolhas que podem aparecer em qualquer parte do corpo – rosto, dentro da boca, região genital, ânus, mãos, pés, pernas braços, pernas, tronco. Além disso, as pessoas podem apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, “ínguas” (linfonodos aumentados), calafrios, cansaço e dores musculares.
 

O período de incubação do Monkeypox é tipicamente de 6 a 16 dias, mas varia de 5 a 21 dias. O período de transmissibilidade ocorre a partir do início dos sintomas até o desaparecimento das lesões (feridas).

“A pessoa com suspeita ou confirmação de Monkeypox só deverá sair do isolamento domiciliar após total cicatrização das lesões. Essas pessoas passam por monitoramento e antes do retorno às atividades, passam por novo atendimento médico”, conclui a enfermeira Karina.

Prevenção e vigilância

O controle da Monkeypox (varíola símia), também conhecida como varíola dos macacos, está em constante monitoramento pelas Secretaria de Saúde que analisa diuturnamente a situação epidemiológica para orientar as ações de vigilância e resposta à doença na cidade, de acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde e Governo do Estado de São Paulo.

Causada por um vírus, os sinais e sintomas da doença podem durar entre duas e quatro semanas.

A transmissão ocorre principalmente pelo contato pessoal e direto com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas contaminadas ou objetos infectados.

A transmissão por meio de gotículas requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, por isso, trabalhadores da saúde, membros da família, parceiros e parceiras têm maior risco de contaminação, motivo pelo qual recomenda-se, também, a utilização de máscara nestas situações.


O que é a varíola dos macacos?

A varíola dos macacos é uma doença viral, causada por um vírus, que foi diagnosticada e identificada pela primeira vez no século passado, na década de 60, que não tem nada a ver com macacos.

Na verdade, ela foi identificada primeira nos macacos e, por isso, ficou conhecida no mundo científico como “varíola dos macacos”. Essa doença tem caráter endêmico em alguns países da África Central e da África Ocidental.

Ao longo da história da saúde pública mundial, nós tivemos alguns surtos de varíola dos macacos em alguns países, como, por exemplo, nos Estados Unidos, mas surtos curtos, com poucos casos.

O que nós estamos vivendo agora é o primeiro grande surto em países não endêmicos, ou seja, países que não são da África Central e da África Ocidental, com circulação sustentada do vírus que causa a varíola dos macacos.

Quais são os principais sintomas?

Primeiramente, a doença começa, quase sempre, com uma febre súbita, forte e intensa. O paciente também tem dor de cabeça, náusea, exaustão, cansaço e fundamentalmente o aparecimento de gânglios (inchaços popularmente conhecidos como “ínguas”), que podem acontecer tanto na região do pescoço, na região axilar, como na região perigenital. A manifestação na pele chama papulovesicular uniforme, que são feridas ou lesões pelo corpo.

Como ocorre a transmissão?

A principal forma de transmissão da varíola dos macacos é por meio do contato. Esse contato acontece por pele/pele, secreções ou por objetos pessoais do paciente infectado que você tenha contato. Por isso, é extremamente importante pensarmos que, uma vez que o paciente está infectado, com o diagnóstico laboratorial concluído, esse paciente fique em isolamento e que todo seu material de roupa de cama, roupas, lençóis e objetos pessoais passem por um processo de higienização, de fervura, de lavagem com água e sabão para, dessa forma, impedir a transmissão.

Como as pessoas podem se proteger?

A principal forma de proteção é evitar contato direto com pessoas com a doença. Lembrando que a principal forma de transmissão ocorre através do contato pele/pele, pessoal, ou obviamente através do contato com objetos pessoais de um paciente que está infectado com a varíola dos macacos.

O que fazer se eu estiver doente?

Ao aparecer quaisquer sinais ou sintomas como febre alta e súbita, dor de cabeça, aparecimento de gânglios, procure um médico na unidade básica de saúde. Procure seu médico, porque ele terá a capacidade de te examinar, fazer o diagnóstico e a condução clínica necessária.

Quais são as diferenças entre a varíola dos macacos e a varíola humana?

A varíola humana é uma doença erradicada no nosso país há muitos anos, enquanto a varíola dos macacos é semelhante, porém, é uma outra doença. São dois vírus diferentes, causam sintomas relativamente parecidos, mas são doenças absolutamente distintas.

Como é o tratamento da varíola dos macacos?

O tratamento da varíola dos macacos, em geral, é o que chamamos de tratamento de suporte. Geralmente, o paciente precisa de uma boa hidratação, se estiver com dor de cabeça tomar um remédio analgésico, se estiver com febre, tomar um antifebril e, fundamentalmente, a higienização das lesões.

Em quais casos o paciente deve fazer o teste?

Em caso suspeito, o paciente vai procurar um médico e esse profissional vai seguir um fluxo laboratorial e vai indicar a coleta do exame para fazer o teste. O diagnóstico da doença é feito por teste molecular ou sequenciamento genético.

Onde ocorrem os processamentos dos testes?

As amostras são coletadas e enviadas para um dos quatro laboratórios de referência do Brasil, para o exame e resposta ao paciente em tempo oportuno.

Como o Ministério da Saúde está atuando na questão das vacinas?

Existem atualmente duas empresas que produzem essas vacinas. Uma empresa utiliza um método de aplicação chamado escarificação e a outra por injeção intramuscular. Nós entendemos que o melhor método de aplicação é o intramuscular.

O Ministério está em tratativas com a OPAS e OMS para aquisição de doses para a nossa população. Nós estamos, em uma primeira análise, trabalhando com um quantitativo de aproximadamente 50 mil doses iniciais, a depender da capacidade de produção da empresa e da capacidade de aquisição.

A OPAS está em tratativas com o fabricante para que, o mais breve possível, essas vacinas estejam disponíveis.

Com informações do Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde.


Cuidados domiciliares: varíola causada pelo vírus Monkeypox (MPXV ou Varíola Símia)

  • O caso confirmado de MPXV deverá se manter em isolamento até que a erupção cutânea esteja totalmente resolvida, ou seja, até que todas as crostas tenham caído e uma nova camada de pele intacta tenha se formado.

  • É importante estar atento às seguintes orientações no período de isolamento:
  • Não sair de casa, exceto quando necessário para emergências ou cuidados médicos de acompanhamento;
  • Contato com amigos, familiares somente em emergências;
  • Não praticar atividade que envolva contato íntimo;
  • Não compartilhar itens potencialmente contaminados, como, por exemplo, roupas de cama, roupas, toalhas, panos de prato, copos ou talheres;
  • Limpe e desinfete (hipoclorito de sódio ou produto alcoólico) rotineiramente superfícies e itens comumente tocados, como balcões ou interruptores de luz, usando desinfetante acordo com as instruções do fabricante;
  • Use máscaras cirúrgicas bem ajustado quando estiver em contato próximo com outras pessoas em casa;
  • Higiene das mãos (ou seja, lavagem das mãos com água e sabão ou uso de desinfetante para as mãos à base de álcool) deve ser feita por pessoas infectadas e contatos domiciliares após tocar no material da lesão, roupas, lençóis ou superfícies ambientais que possam ter tido contato com o material da lesão;

E mais:


  • Caso utilize lentes de contato evite para prevenir, assim, possíveis infecções oculares;
  • Cuidado ao manusear a roupa suja para evitar o contato direto com o material contaminado;
  • Evite depilar áreas do corpo cobertas de erupções cutâneas, pois isso pode levar à propagação do vírus;
  • Se possível, use um banheiro separado de outras pessoas que moram no mesmo domicílio; se houver outras pessoas que morem na mesma casa;
  • Se não tiver a possibilidade de um banheiro separado em casa, o paciente deverá limpar e desinfetar superfícies como balcões, assentos sanitários, torneiras, usando um desinfetante depois de usar um espaço compartilhado. Isso inclui, por exemplo: atividades como tomar banho, usar o banheiro ou trocar bandagens que cobrem a erupção cutânea. Considere, assim, o uso de luvas descartáveis durante a limpeza se houver erupção nas mãos;
  • Tente evitar a contaminação de móveis estofados e outros materiais porosos que não podem ser lavados colocando lençóis, capas de colchão, cobertores sobre essas superfícies;
  • A roupa suja não deve ser sacudida para evitar, portanto, a dispersão de partículas infecciosas;
  • Roupas de cama, toalhas e vestimentas devem ser lavadas separadamente. Podem ser lavadas em uma máquina de lavar, se possível com água morna e com detergente; não é obrigatório o uso de hipoclorito de sódio;
  • Pratos e outros talheres não devem ser divididas. Não é necessário, desse modo, que a pessoa infectada use utensílios separados se devidamente lavados. A louça suja e os talheres devem ser lavados com água morna e sabão na máquina de lavar louça ou à mão;
  • Por fim, pessoas com MPXV devem evitar o contato próximo com animais (especificamente mamíferos), incluindo animais de estimação em casa. Em geral, qualquer mamífero pode ser infectado com MPXV.