Como destacar a experiência informal em um currículo
Atualmente, os projetos pessoais, atividades voluntárias e até os famosos "bicos" também podem ser considerados experiência

Muitas pessoas ainda acreditam que só vale colocar no currículo o que foi feito em uma empresa com carteira assinada. Porém, a verdade é que o mundo do trabalho tem mudado bastante nos últimos anos. Atualmente, os projetos pessoais, atividades voluntárias e até os famosos “bicos” também podem ser considerados experiência. A diferença está na forma como você apresenta essas experiências no currículo.
Se você já trabalhou por conta própria, cuidou de alguém, participou de algum projeto ou se envolveu em ações da comunidade, saiba que tudo isso pode ajudar — e muito! — a mostrar suas habilidades para um futuro empregador. Neste artigo, mostraremos como transformar essas vivências em diferenciais na sua candidatura.
O que conta como experiência informal?
Podemos definir experiência informal como qualquer atividade que tenha lhe ensinado algo relevante para o mercado de trabalho, mas que não aconteceu em um emprego convencional. Pode ser, por exemplo:
- Trabalho voluntário;
- Projetos pessoais (como blogs, vendas online, canal no YouTube);
- Serviços como freelancer;
- Cuidado com crianças, idosos ou pessoas com deficiência;
- Organização de eventos na escola, igreja ou comunidade;
- Estágios não remunerados ou atividades práticas durante os estudos.
Ainda que não estejam ligadas a um contrato formal, essas experiências mostram que você é capaz de assumir responsabilidades, resolver problemas e colocar a mão na massa, algo muito importante para as empresas!
Por que essas experiências são importantes?
Quem nunca teve um emprego registrado pode pensar que não tem nada para incluir no currículo. No entanto, não é bem assim, pois todos já realizamos atividades que contribuíram para o desenvolvimento de habilidades relevantes para o mercado de trabalho. Essas experiências informais revelam muito sobre o seu perfil, mostrando iniciativa, esforço, aprendizado e até liderança. Além disso, ajudam a preencher o currículo de quem está começando na carreira, voltou ao mercado de trabalho ou está mudando de área.
Em um mercado cada vez mais dinâmico, os recrutadores querem saber o que você realmente sabe fazer, não só onde trabalhou.
Como colocar a experiência informal no currículo
Embora não exista uma única forma correta de incluir a experiência informal no currículo, algumas estratégias podem ajudar a deixar tudo mais claro e profissional. Veja algumas dicas simples que fazem a diferença:
1. Crie uma seção específica
Você pode incluir um bloco no currículo designado:
- “Outras experiências profissionais”.
- “Projetos e atividades”.
- “Trabalhos informais e voluntários”.
Dessa forma, você poderá destacar essas vivências sem as misturar com os empregos formais (caso você tenha).
2. Descreva como se fosse uma experiência de trabalho
Mesmo que não tenha sido um emprego formal, apresente a atividade seguindo a estrutura tradicional:
- Título da atividade (ex: Cuidadora de idosos, Criador de conteúdo, Vendedor autônomo);
- Nome do projeto, cliente ou instituição (se houver);
- Local e período em que decorreu a atividade (mês e ano);
- O que fazia e quais foram os resultados.
Exemplo:
Criadora de conteúdo – Canal no YouTube “Cozinha da Mamãe”
Limeira–SP | março de 2021 até o momento
- Produção de vídeos semanais sobre receitas tradicionais e dicas culinárias;
- Planejamento de roteiros, gravação, edição e divulgação de conteúdos;
- Crescimento orgânico do canal, com 10 mil inscritos e cerca de 200 mil visualizações.
3. Mostre as habilidades desenvolvidas
É importante refletir e fazer a seguinte pergunta: “O que aprendi fazendo isso?”. Essas serão as habilidades e competências desenvolvidas, que podem incluir:
- Criatividade
- Comunicação
- Empreendedorismo
- Resolução de problemas
- Domínio de ferramentas digitais
- Resiliência
- Automotivação
Não se esqueça de colocar isso na seção de Habilidades.
4. Apresente resultados, sempre que possível
Os números ficam facilmente na mente dos recrutadores. Por isso, se você tiver algum número para mostrar, isso dará mais peso ao que você está contando. Por exemplo:
- “Criei um canal de YouTube, que obteve mais de 5 mil inscritos em 12 meses”;
- “Arrecadei 3 toneladas de alimentos para uma campanha de apoio a pessoas sem-teto”;
- “Servi mais de 50 clientes como tradutor freelancer”.
Mesmo que os números não sejam espetaculares, eles ajudam a demonstrar impacto.
5. Use links, portfólios ou redes sociais profissionais
Se você tem um trabalho que pode ser visto online, como vídeos, textos, designs ou fotos, adicione um link ou um QR code ao currículo. Também é recomendável manter o perfil do LinkedIn atualizado com essas informações.
E se o recrutador não considerar essa experiência?
É verdade que algumas empresas ainda dão mais valor ao trabalho formal. Porém, cada vez mais profissionais de recursos humanos reconhecem que a experiência prática pode vir de diferentes lugares. O importante é apresentá-la de forma clara, honesta e coerente.
Mesmo que uma experiência informal não seja tão valorizada quanto um emprego formal, ela mostra que você tem vontade de aprender, que é comprometido e que sabe se virar. Isso já é um grande diferencial.
Dicas para destacar adequadamente suas experiências informais
- Linguagem: Use uma linguagem simples e direta, sem exageros.
- Relevância: Foque nas atividades que tenham relação com a vaga que você deseja.
- Continuidade: experiências que duraram mais tempo ou se repetiram passam mais confiança.
- Não invente: Prefira sempre a verdade, para evitar problemas mais tarde.
- Peça recomendações: Se possível, peça a recomendação de quem acompanhou o seu trabalho informal.
Experiência informal: um ponto-forte importante
Muitas vezes, são as experiências informais que revelam quem você realmente é: uma pessoa dedicada, que corre atrás, aprende e faz acontecer. Seja em um projeto pessoal, em um trabalho voluntário ou ao vender por conta própria, tudo isso ensina e merece estar no seu currículo. Não o limite apenas ao que é “oficial”. Valorize sua trajetória como ela é. Com organização e sinceridade, você pode mostrar que tem muito a oferecer, mesmo sem ter tido empregos formais.